Você sabe o que é stayability? Traduzida para o português, a expressão significa habilidade de permanência ou estabilidade. Esse conceito aplicado ao estudo da genética animal tem como objetivo prolongar o tempo de permanência produtiva do bovino no rebanho.
Com o crescimento das demandas e do patamar de tecnificação no agronegócio, o stayability funciona como um fator determinante, uma vez que a sua associação às biotecnologias – especialmente as reprodutivas e de determinação da hereditariedade – auxilia na avaliação da eficiência e rentabilidade da criação.
Além de todos os cuidados nutricionais, ambientais e genéticos aliados à preocupação com o bem-estar animal, promover a longevidade, permitindo que o seu rebanho permaneça saudável, é fundamental.
Para você, que é inovador e atualizado, entender o que é stayability, a sua importância e o seu impacto no rebanho representará não só um diferencial, mas também uma ferramenta para o aumento do seu sucesso produtivo. Leia na íntegra o nosso artigo e entenda melhor sobre o assunto.
Entenda mais sobre o conceito de stayability
O stayability é um índice que engloba principalmente aspectos genéticos, levando em conta a fertilidade do animal e os fatores que elevam a sua capacidade de permanecer produtivo por um período prolongado.
Vale a pena lembrar que, geralmente, a produtividade dos bovinos é mensurada por meio da linha do tempo, partindo da idade de aptidão reprodutiva até a queda desse mesmo índice. Para isso, leva-se em conta a interferência de fatores externos, como: alimentação, ambientes livres ou confinados, compra de indivíduos e conhecimento da linhagem genética.
Os cuidados de manejo também têm conexão direta com o conceito de stayability. Considerando um manejo ideal, quanto maior a longevidade do animal, mais produtivo será ao longo da vida e, consequentemente, menor a incidência de problemas sobre ele.
A conscientização a esse respeito não só contribui para a ética e a sustentabilidade, evitando o descarte prematuro de animais, mas também favorece a eficiência e a rentabilidade da criação, bem como a promoção de uma seleção natural ideal.
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Importância da longevidade para um rebanho
A longevidade do rebanho é um fator importante para garantir uma criação eficiente e rentável. Desde o nascimento, o gado gera despesas com alimentação, manutenção de instalações, assistência veterinária, entre diversas outras. Por isso, espera-se que o animal produza o suficiente durante a sua vida para cobrir os seus gastos e gerar lucro.
Com base nisso, a stayability promete auxiliar no aumento da lucratividade do plantel já que seleciona as vacas mais férteis ou com tempo prolongado de fertilidade. Assim, mantendo-se apenas matrizes com alto stayability no rebanho, a tendência é que os bezerros herdem essas características desejáveis, melhorando a genética dos animais.
Stayability para fêmeas do rebanho
Uma vez apta a reproduzir, via de regra, uma matriz fértil deve parir um bezerro ao ano e continuar produtiva por um período razoável para que os custos de sua criação sejam cobertos. No entanto, não é preciso limitar-se ao início da vida reprodutiva, podendo adotar como ponto de partida o nascimento da fêmea, o seu primeiro acasalamento ou até mesmo o seu primeiro parto.
Segundo estatísticas, para que um produtor obtenha lucro com a criação, uma vaca deve gerar ao menos três bezerros em seis anos de vida (72 meses). Assim, considerando especialmente o gado de corte e os ciclos pecuários brasileiros que são demasiadamente longos (principalmente a pasto), de fato, existe uma grande abertura para a incorporação de técnicas de melhorias produtivas.
Dentre essas técnicas, cabe ressaltar o aprimoramento genético, por meio do qual os genes relacionados a longevidade, ou seja, a stayability são isolados do reprodutor para melhorar a genética do rebanho. Cabe ressaltar que, além das matrizes, o touro também pode apresentá-los em seu código de DNA e repassá-los às suas crias.
Assim, por meio da utilização da referida técnica, alguns autores consideram provável que matrizes mantenham-se produtivas mesmo após 5 ou 6 anos de vida, podendo variar em função das oportunidades ofertadas a partir de um manejo ideal e adequado.
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Como avaliar e o que considerar na stayability
A aplicação e a interpretação do stayability variam de acordo com os pontos iniciais e finais adotados, além de aspectos como o nível biológico e o sistema de produção utilizado.
Considere dois tipos de stayability: a funcional e a verdadeira. Ambas podem ocorrer em sua propriedade, inclusive concomitantemente, uma vez que dependem diretamente de fatores externos e do manejo adotado. Vejamos:
- Stayability funcional: relaciona-se à capacidade de adiar o descarte involuntário dos bovinos;
- Stayability verdadeira: é a probabilidade de que a vaca permaneça no rebanho até atingir os critérios para descarte.
Para contribuir na determinação do nível de longevidade do seu rebanho, observe os seguintes pontos, os quais abrangem o índice de stayability da matriz e de fertilidade:
- Último desmame ou último parto;
- Análises de sobrevivência;
- Número de bezerros desmamados;
- Quilogramas de bezerros desmamados;
- Índices de produtividade.
Como a stayability contribui para ética e sustentabilidade na criação
Existe uma correlação direta e positiva entre o stayability e o descarte assertivo de matrizes, uma vez que garante o direcionamento mais eficiente dos animais e evita o desperdício de recursos. Dessa forma, contribui-se para a sustentabilidade e evita-se o descarte prematuro de animais, algo inaceitável do ponto de vista ético.
Além disso, o aproveitamento máximo da eficiência animal em associação com o bem-estar do rebanho é fundamental para garantir a saúde produtiva e a maximização da rentabilidade da criação, tendo em vista que as altas taxas de longevidade garantem a redução de gastos com medicamentos e com consultas veterinárias.
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Desafios da habilidade de permanência
Entretanto, a aplicação da stayability ainda traz alguns desafios devido à sua complexidade. No Brasil, o controle de características reprodutivas ainda é escasso, especialmente para a pecuária de corte. Por isso, ainda pode ser difícil escolher matrizes com boa habilidade de permanência para aumentar a produtividade e lucratividade do rebanho.
Outra questão importante é a avaliação de forma binária do sucesso da reprodução, sendo atribuído 1 para matrizes que geram ao menos três bezerros em seis anos, e 0 para as que não atingem essa meta. Esse método dificulta ainda mais a análise estatística da stayability, exigindo maior tempo de análise e a adoção de métodos mais específicos para a sua determinação.
Como desafio, há ainda o fato de não ser possível prever com exatidão a longevidade e a fertilidade de uma matriz, já que diversos fatores podem interferir nessas definições. É verdade que a stayability pode ser calculada em qualquer momento da vida do animal, mas a informação não estará completa até o dia de sua morte ou abate, o que representa um ciclo de anos para seu fechamento.
Acompanhe o vídeo que abaixo para entender melhor tudo que você leu até aqui:
Conclusões
Segundo o Informativo Mensal do ICBC (Índice de Produção de Bovinos Confinados), apesar de os custos de produção de bovinos terem baixado no decorrer do ano de 2022, ainda representam um dos maiores dos últimos anos. Assim sendo, existe uma forma de obter lucros com maior assertividade?
Conforme abordamos, promover o aumento da stayability na produção e manutenção do rebanho é fundamental, já que apresenta relação direta com a lucratividade e o bem-estar dos animais. Com uma boa gestão operacional, de forma eficiente e completa, aliada à melhora genética dos bovinos, reduz-se os custos do produtor e o descarte prematuro de animais.
É correto dizer, portanto, que aperfeiçoar a longevidade do rebanho, assegurando o alto nível de stayability, garante a promoção da saúde produtiva dos animais e a maximização da eficiência e da rentabilidade da criação.
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