O planejamento alimentar para bovinos constitui uma das atividades mais importantes na gestão agropecuária. Isso porque, além de colaborar para a preservação da saúde financeira do negócio, ajuda a garantir a excelência na produção da carne e de leite.
De acordo com dados publicados, o Nordeste tem cerca de 75% de sua área com algum nível de seca, o que afeta qualquer atividade, considerando o fato de que a água é fundamental.
Levando isso em consideração e tendo a certeza de que o consumo de alimento de qualidade interfere diretamente nos picos produtivos e na manutenção da homeostase dos animais, vale a pena investir em um planejamento alimentar adequado.
Tendo isso em mente, elaboramos este conteúdo para evidenciar detalhes que fazem desse assunto tão importante e destacar o que deve ser considerado na hora de realizar o seu planejamento individual. Confira!
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Importância de fazer o seu planejamento alimentar
O planejamento alimentar, em qualquer circunstância, é muito importante para o seu negócio por diversos motivos.
Primeiramente, permite ao pecuarista realizar o planejamento financeiro do negócio de maneira a garantir que seu rebanho tenha um crescimento saudável e rentável. Nesse sentido, não é demais destacar que o manejo nutricional bovino corresponde a uma grande parte dos custos envolvidos no processo de criação desse animal.
Em segundo lugar, possibilita maior profundidade acerca da nutrição animal e das características dos alimentos ofertados, considerando inclusive as particularidades regionais. Dessa forma, é necessário que o pecuarista saiba qual será o seu lucro ao final desse processo, levando-se em conta também a quantidade de nutrientes, vitaminas e minerais necessárias para cada categoria de animal, com vistas ao objetivo produtivo determinado.
Sendo assim, é possível garantir condições ideais para que o crescimento adequado e aproveitamento do potencial genético animal sejam percebidos e valorizados.
Por fim, mas não menos importante, é o fato de o Brasil ser um país de clima predominantemente sazonal. Isso tem relação direta com as mudanças que levam à falta grotesca de alimentos, como é o caso dos períodos prolongados de estiagem e seca que marcadamente são observados no Nordeste.
Frente a esse cenário, o planejamento alimentar visando suprir as necessidades basais dos animais e o alcance de níveis satisfatórios de produção estão totalmente entrelaçados. Mas afinal, o que é importante priorizar e não pode faltar no seu plano alimentar?
Necessidades nutricionais específicas dos bovinos
Como já citado, os bovinos têm necessidades basais únicas e, por isso, é preciso levar em conta o equilíbrio na oferta alimentar.
Por serem animais ruminantes, a quantidade de alimento concentrado precisa ser equilibrada. As fibras digestíveis de qualidade devem ser disponibilizadas aos bovinos em partículas grandes o suficiente para estimular a ruminação, mas de maneira a não causar agressões físicas aos compartimentos digestivos.
Outra questão que merece atenção é com relação à oferta de alimentos com potencial de fermentação muito maior que os demais, como a cevada, por exemplo. O armazenamento desses alimentos precisa ser correto e acompanhado, pois há um risco iminente de causar sérias complicações aos animais.
Além disso, é importante também conferir a mineralização de acordo com a categoria do seu rebanho.
Uma forrageira que representa muito bem o Nordeste brasileiro é a palma forrageira, sendo uma ótima opção para complementar o plano alimentar do seu rebanho. No entanto, fique atento à quantidade oferecida, já que a composição dessa planta é de cerca de 90% de água, sendo necessário, portanto, complementar com fontes de proteínas como o caroço de algodão, bem como fontes de fibras complementares como o feno e o bagaço de cana.
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O que considerar ao fazer o planejamento alimentar para os bovinos?
Para criar um bom planejamento alimentar bovino, é necessário levar em consideração alguns aspectos. Confira abaixo os mais importantes:
- Raça do animal: dentre a extensa variedade de raças, como Nelore, Angus, Brahman, cada uma delas exige um manejo nutricional próprio que leva em consideração as suas características de crescimento;
- Mão de obra capacitada: é importante contar com profissionais capacitados que ajudem não apenas a elaborar o planejamento alimentar dos animais, mas também a realizar o acompanhamento do seu desempenho (verificar o ganho de peso do animal, por exemplo);
- Valor nutricional do alimento: a ração bovina e outros suplementos são compostos por qualidades nutricionais próprias. É necessário conhecê-los para elaborar um planejamento alimentar eficiente e produtivo;
- Boa infraestrutura: é necessário que o local de alimentação dos animais conte com uma boa infraestrutura, como cochos suficientes para garantir que todos se alimentem adequadamente;
- Fase do animal: para cada fase do animal (cria, recria e engorda) é necessário estabelecer uma alimentação adequada e própria;
- Local de criação do animal: no Nordeste, por ser mais quente, é importante investir em alimentos com menores riscos de fermentação e que levem em conta a realidade da região. Por exemplo, o bagaço da cana-de-açúcar e a palma são alternativas interessantes que viabilizam a atividade pecuária no clima semiárido nordestino.
Quais resultados podem ser alcançados com um plano ideal?
Acertos na pecuária bovina são estimulantes e significam maiores retornos financeiros, além do estabelecimento de uma produção viável e saudável. A tomada de atitudes torna-se mais eficaz nessas situações:
- Respeito ao menor impacto ambiental;
- Utilização correta de uma maior diversidade de fontes de alimento disponíveis regionalmente;
- Necessidade de menor investimento financeiro em épocas de menor valorização pecuária;
- Controle zootécnico sanitário mais eficiente;
- Produções mais sustentáveis;
- Proporciona maior recuperação em solos degradados;
- Descarte orientado de animais.
Nesse mesmo sentido, vale a pena ainda ressaltar os benefícios que essa simples prática pode proporcionar ao produtor rural:
- Crescimento adequado do seu rebanho bovino;
- Relação ótima de investimento e lucro para o produtor/pecuarista;
- Uso adequado dos alimentos para nutrição animal;
- Rapidez no desenvolvimento do negócio;
- Satisfação que repercute diretamente nos resultados do negócio.
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Apoio especial para o pecuarista no Nordeste
Quando bem elaborado, o planejamento alimentar vai se concentrar especialmente na quantidade de animais da propriedade e na oferta de alimento disponível, especialmente nos períodos favoráveis.
Conforme destaca o vídeo abaixo, o período de seca pode ser bastante preocupante para o criador e, em se tratando da região nordestina, maiores são as preocupações. Acompanhe:
Dessa forma, com o apoio de ferramentas de orçamento forrageiro disponibilizadas pela Embrapa, é possível contabilizar a quantidade de forragem existente na propriedade e a estimativa de consumo por parte dos animais, identificando inclusive sobras ou déficits existentes.
Conforme pesquisadores destacam, o recurso oferece condições até mesmo de caracterizar as fontes de alimento dispostas em cada criação, contabilizando com precisão se estas serão suficientes para alguns períodos do ano ou mesmo para o ano todo. Decisões como a redução do rebanho em períodos críticos também são melhor pautadas com esse recurso.
Mas, afinal, que recurso é esse? O aplicativo criado pela Embrapa se chama “Orçamento Forrageiro”, e atualmente está disponível apenas para plataformas Android, tanto para tablets como aparelhos de celular.
Viu só como é importante elaborar um bom planejamento alimentar bovino? Além de garantir o crescimento saudável do seu rebanho, proporciona também bons lucros e desenvolvimento do seu negócio de forma sustentável e controlada.
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