Estar consciente do grande benefício que traz a adoção de boas práticas nutricionais para seu rebanho, com certeza o incentiva na ampla adesão em todas as etapas de produção. De fato, na produção de leite, os insumos que compõem a dieta dos animais e a preocupação em garantir os melhores preços, são prioridades no radar de qualquer pecuarista.
Adotar boas práticas de manejo em qualquer atividade é, sem dúvidas, um caminho sem volta. Afinar alguns manejos e ter atenção à composição e à qualidade do que é ofertado no cocho contribuem muito com os resultados de produção, bem como com a sanidade dos animais e a qualidade do produto.
De fato, a produção de leite está completamente relacionada com a homeostase ou equilíbrio perfeito do organismo da vaca, que precisa estar com a sanidade em dia a fim de produzir com qualidade.
Para contribuir com um conteúdo rico, nesse artigo preparamos dicas valiosas para a nutrição adequada do gado de leite. Por isso, acompanhe até o final!
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Importância do olhar refinado
O leite é um alimento vivo que compõe a alimentação básica de grande parte da população brasileira. Não é surpresa para ninguém que a produção interna de leite é composta predominantemente por pequenos produtores, havendo pouco reconhecimento em relação à essa classe.
No entanto, esse cenário não deve limitar, em nenhum aspecto, a adoção de boas práticas em todos os contextos de manejo com o gado de leite, uma vez que esse produto é destinado ao consumo humano.
Além disso, a capacidade produtiva melhor organizada facilita muito a condução das atividades. Vacas menos estressadas, que usufruem de uma condição livre de dor ou de quaisquer limitações ao comportamento inerente à espécie, com acesso à sombra, água e alimento de qualidade, têm maior potencial produtivo a oferecer.
O olhar refinado está em certificar-se dos processos que respeitem a espécie bovina, inclusive as particularidades específicas de cada indivíduo, ter cuidado em observar qualquer alteração ainda que modesta no comportamento desses animais, as quais podem indicar comprometimentos da saúde ou da qualidade do leite.
Além disso, há ainda necessidade de proporcionar qualidade de vivência aos animais, ou seja, ambiente limpo, inclusive os cochos e locais de armazenamento, alimento adequado em quantidade e qualidade, assim como água potável à vontade.
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Água é parte fundamental da nutrição do gado de leite
A preocupação com a oferta de água ao gado leiteiro pode parecer pouco importante ou de natureza rotineira. No entanto, é essencial considerar que a água é o alimento que a vaca mais consome, tornando-a uma preocupação crucial.
Oferecer água após a ordenha é uma estratégia muito interessante, contribuindo com a disponibilidade de água limpa e de qualidade. Tanto os animais quanto os trabalhadores passam por perto, o que facilita a verificação contínua da limpeza do bebedouro.
De acordo com a Embrapa, vacas a pasto consomem, em média, um total de 64 litros de água/dia. Já as vacas em sistema de semiconfinamento, ou seja, que têm acesso ao pasto em meio período do dia, chegam a ingerir até 48 litros de água/dia. Considerando um rebanho com 10 vacas em lactação, a disposição em litros precisa ser por volta de 500 litros/dia.
Além de garantir a disponibilidade em grande quantidade, é fundamental lembrar-se também da importância da qualidade da água. Segundo estudos publicados, o leite é composto por 87% de água, enquanto cerca de 13% são os sólidos totais. Sempre que considerar a composição do que está produzindo, lembre-se do impacto que esses fatores terão no resultado final, ou seja, na qualidade desse leite.
Ademais, existem muitos vetores e agentes presentes na água parada que podem representa um alto risco à saúde dos animais, resultando não somente em qualidade inferior do leite, mas também em risco de morte. Exemplo disso são doenças como botulismo e leptospirose.
Vale a pena ainda considerar que a gestão hídrica de uma propriedade é parte fundamental do processo, uma vez que não vai se limitar apenas à alimentação, mas também à limpeza, ordem e manutenção da ordenha. Além disso, essa gestão compõe três áreas fundamentais: água como alimento, como insumo produtivo e recurso natural que precisa ser preservado.
Fundamentos das boas práticas nutricionais do gado leiteiro
O cuidado em oferecer alimentos de qualidade e de acordo com as necessidades basais dos seus animais deve motivá-lo a estar atento à adoção de algumas estratégias de boas práticas.
Confira 3 dicas valiosas a seguir:
Forragem de alta qualidade
Garantir a qualidade da forragem que é ofertada ao gado leiteiro é de suma importância. Há 2 opções principais de oferta de forragem: em pasto no sistema extensivo e direto no cocho. Neste último, a forragem é picada em partículas de tamanho ideal para favorecer a ruminação e facilitar a melhor absorção dos componentes essenciais para o desenvolvimento das vacas, assim como para a composição do leite.
Aconselhamos também testes regulares da qualidade da forragem, a fim de certificar-se da composição e, principalmente, ter maior parâmetro para balancear a dieta das matrizes.
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Equilibre a dieta e oferta de concentrado
Assim como todas as áreas da produção animal, a criação de gado leiteiro também conta com especialistas em nutrição. Por isso, vale a pena seguir orientações de um técnico especializado para formular a dieta mais adequada e de acordo com os objetivos produtivos do rebanho.
Porém, para oferecer o concentrado em quantidades ajustadas e ideais, em conjunto com outros componentes da dieta, vale a pena estar atento a alguns aspectos:
- Estágio da lactação e idade ou peso do gado são fatores que influenciam diretamente, pois as necessidades basais são bem diferentes;
- Preste atenção à porcentagem de proteína, energia e fibra do seu concentrado;
- Atenda à necessidade do seu rebanho, que é diferente do vizinho. Portanto, o que cabe pra alguns não se enquadra pra outros;
- Verifique regularmente os cochos de alimentação e os bebedouros, a fim de acompanhar o quanto é consumido, além de assegurar a limpeza e a higiene;
- Mineralização adequada, pois esta fornece macro e micro nutrientes essenciais para o metabolismo;
- Faça uso de suplementos como vitaminas, probióticos e similares apenas quando necessário, sempre com as dosagens corretas a fim de reduzir o risco de problemas metabólicos.
Monitorar a condição corpórea das vacas
Gado leiteiro deve ser bem nutrido e apresentar uma condição corpórea mediana, sendo que vacas muito magras ou com o Escore de Condição Corpórea (ECC) baixo não tem condições nutricionais basais suficientes para produzir leite em todo o seu potencial, chegando, muitas vezes, a nem a produzir. No mesmo sentido, o ECC alto com vacas gordas não é ideal para a produção de leite, já que dificulta a inserção do úbere e a capacidade de conversão alimentar.
O foco principal para a adoção de boas práticas nesse contexto está na constante observação e monitoramento do ECC das vacas. Se necessário, ajustar a dieta para alcançar e manter o ECC adequado, considerando especialmente a saúde reprodutiva dessas matrizes que precisam de bezerros para alcançar picos de lactação.
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Continue atento as oportunidades e alcance seus resultados
Por fim, para a criação de gado leiteiro, a nutrição adequada é fundamental para garantir uma boa produção, bem como o equilíbrio produtivo entre animais saudáveis e seu bem-estar, evidenciando ainda mais o alto potencial produtivo, que é o desejo de todo criador pecuarista.
Adquirir conhecimento teórico e aplicá-lo na prática do dia a dia, sem dúvida, é o que determina a qualidade dos manejos e a capacidade de internalizar as boas práticas. Como essas boas práticas estão em constante evolução, torna-se fundamental manter-se dinâmico e buscar constantemente atualizações.
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