O Nordeste brasileiro tem tradição em criação de caprinos e ovinos, entretanto, a criação de aves e suínos tem sido cada dia mais representativa. Mesmo com pouco investimento científico e tecnológico em suínos nessa região, são muito presentes as criações que têm impacto micro regional de desenvolvimento.
Sendo assim, a suinocultura nordestina tem alta importância social e ambiental, seja mais timidamente na criação para indústria ou na criação de subsistência familiar. A partir dessa demanda, há a necessidade de planejar a alimentação dessa categoria animal que, por ser monogástrico, tem exigências e limitações nutricionais específicas.
Nesse aspecto, já estão sendo testadas novas possibilidades e opções de alimentos para esses animais, já que a alimentação agrega alto valor a qualquer produção animal. Por isso, esse artigo traz soluções viáveis e diferentes para o melhor manejo de seus suínos. Confira na íntegra!
Alimentação dos suínos a base de milho
Tradicionalmente, o milho é o carro-chefe na oferta de energia, usado em grande parte das formulações para qualquer espécie animal. Sua composição agrega em benefícios com relação a digestibilidade, além de ser um ótimo cereal com fibras de boa qualidade.
Ainda é considerado o principal componente da alimentação dos suínos, representando cerca de 75% da composição total das formulações de ração. Segundo dados publicados na Suinocultura Industrial, esse ingrediente representa aproximadamente 40% de todos os gastos inclusos na produção comercial de suínos.
Em algumas regiões a oferta de milho pode ser uma problemática, especialmente em determinadas épocas do ano. Porém, as plantações de milho tiveram um grande crescimento, sendo possível até a terceira safra em estados como Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Assim, a criação de suínos alimentados com milho é uma estratégia que tem tudo para dar certo. O investimento nesse modelo de criação pode ser muito bem sucedido. Apenas recomenda-se dedicação no cultivo e mais paciência.
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Alternativas na alimentação para suínos
Como vimos, a principal base alimentar na formulação da dieta dos suínos é a oferta de milho. Porém considere, por exemplo, a falta de disponibilidade desse cereal ou ainda a questão financeira envolvida. Seguem então 3 principais opções alternativas para alimentação desses animais:
1 – A base de sorgo
O sorgo é o cereal mais utilizado como opção em substituição ao milho nas dietas dos suínos, e isso se deve a sua composição rica em proteína bruta e aminoácidos.
Porém, existe um detalhe que pode inviabilizar a palatabilidade: a concentração de tanino no sorgo. O que vai influenciar nessa concentração é a variedade de sorgo utilizado. O alto teor de tanino inviabiliza a boa digestibilidade da dieta, tornando seu consumo inviável.
Vale ressaltar que estudos científicos têm sido conduzidos com bastante empenho a fim de garantir bom desenvolvimento de variedades do sorgo no Nordeste. Nesse sentido, existe a opção de plantio de um híbrido de sorgo granífero (BRS 373) que superou as expectativas da Embrapa, chegando a produzir mais de 5 toneladas de grãos por hectare.
Essa variedade tem bons resultados para a alimentação de aves e suínos, considerando os grãos moídos grosseiramente, o que os tornam mais palatáveis. Conforme estudos demonstram, a substituição por sorgo nas formulações de ração pode ser de 100% em relação ao milho.
2 – A mandioca também pode ser uma opção
Considere como uma ótima substituição do milho, a mandioca, ou a farinha de mandioca, que pode substituir até 50% do milho na alimentação dos suínos.
Por conseguinte, a mandioca é um carboidrato que produz energia e proteína digestível disponível para essa categoria de animais, o que é muito bom, considerando a alta disponibilidade de plantações de macaxeira nordestina.
É importante ressaltar que para trabalhar com a macaxeira ou mandioca, é fundamental eliminar qualquer vestígio de toxidez, devido a presença dos precursores do ácido cianídrico. Para isso, é necessário processo de cozimento em água ou de secagem em exposição solar.
Com a secagem e moagem do tubérculo, é possível utilizar o subproduto, assim como no caso de farelo residual de mandioca e a raiz in natura, que também serve de alimento. Além da boa aceitação pelos animais, há ganhos nutricionais e financeiros envolvidos nessa opção.
3 – A palma é alternativa eficiente
A palma forrageira é uma cultura de grande importância no Nordeste e muitas vezes supre as dietas de rebanhos em épocas de secas rigorosas, sendo uma poderosa fonte energética, rica em água e carboidratos não fibrosos.
Nesse contexto, a oferta pode ser in natura ou mesmo como farelo, considerando o subproduto do uso da cultura.
Basear a alimentação nas palmas acaba sendo algo bastante funcional e com melhor custo-benefício. A substituição parcial do milho pela palma forrageira na produção de farelo para a alimentação dos suínos traz vantagens. Podemos listar algumas:
- Reduz significativamente os custos de alimentação;
- Não há perdas na qualidade nutricional e ganho de peso;
- A palatabilidade é boa e a aceitação por parte dos suínos é interessante;
- São economicamente mais viáveis para os criadores nordestinos.
Por outro lado, sendo os suínos monogástricos, a completa digestão é totalmente ligada a quantidade que for adicionada à ração. Nesse sentido, uma boa substituição em relação ao milho fica em torno de 5% a 20%. Isso se dá especialmente devido ao teor de fibras e o baixo valor proteico.
Em contraste com os bovinos, não há microbiota especializada em digestão de fibras nos suínos, portanto, pode ser observado baixo aproveitamento e até recusa em se alimentar, caso a oferta supere a quantidade recomendada.
Conforme o vídeo abaixo, entenda melhor como a palma desidratada pode ser uma boa fonte de alimento para os suínos:
Então, como você pôde ver, existem opções mais baratas e igualmente efetivas para assegurar a nutrição, vida útil e a saúde dos suínos. Com essas informações, você pode tomar a melhor decisão para a sua criação e seu bolso.
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