Vaca brasileira quebra recorde mundial de produção de leite

Vaca brasileira quebra recorde mundial de produção de leite

Criador afirma que alta produtividade leiteira demonstra a qualidade dos animais da raça Holandesa criados no Brasil

Diego Oliveira Vaz, um produtor leiteiro da região Sul do estado de Minas Gerais, tornou-se um exemplo inspirador ao mostrar ao mundo a importância de se dedicar à atividade. Por meio do investimento em qualidade genética e dos cuidados ofertados aos animais, uma vaca da raça Holandesa de sua propriedade quebrou recentemente o recorde mundial de produção de leite em 24 horas.

A marca foi atingida durante a Exposição Agropecuária de Passos/MG (Expass Agro), um dos eventos mais tradicionais do estado. No Torneio Aberto de Leite, a vaca Poesia, de 4 anos de idade, produziu 144,2 quilos de leite em três ordenhas em um único dia, superando o recorde anterior da vaca Baleia, que produzira 132,2 quilos três dias antes.

“Isso mostra a qualidade dos animais criados no Brasil, que vêm evoluindo a cada ano, além da força do pecuarista brasileiro”, afirmou o dono do animal. Diego, que se considera um pequeno produtor, ficou surpreso com o desempenho da vaca Poesia durante o evento. Mas, como isso foi possível? Confira a seguir.

Importância da raça holandesa na produção de leite

Considerada muito popular em todo o mundo devido à sua produção de leite em volume, a raça Holandesa (Holstein-Frísia), como o próprio nome já indica, tem origem no Norte da Holanda e Oeste da Província da Frísia, há mais de dois mil anos.

Vacas Holandesas a pasto. Os animais são malhados de branco e preto e destacam-se por sua aptidão leiteira
A raça Holandesa destaca-se pela produção de leite, tendo se adaptado muito bem ao Brasil, especialmente às regiões mais frias.

A aptidão leiteira é a principal característica raça, com criação difundida em praticamente todos os continentes. Segundo dados históricos, a introdução da raça no país se deu entre os anos de 1530 a 1535, período em que o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias.

Por tratar-se de uma raça de origem europeia, local em que predomina o clima frio, a sua adaptação aos climas mais quentes, como é o caso do Brasil, foi mais difícil. Contudo, esses desafios foram vencidos e atualmente a raça holandesa contribui significativamente com o aumento dos índices de produção leiteira no país.

Raça atrai criadores de todo o país

Atualmente, a raça holandesa está presente em cerca de 70% das fazendas brasileiras, especialmente em direção à região Sul devido às temperaturas mais baixas.

Diego Oliveira Vaz é um exemplo entre os criadores da raça. Dono da Fazenda Coqueiro, localizada em Alpinópolis/MG, o produtor conta que a família optou pela raça Holandesa devido à adaptação ao sistema de manejo e por serem animais mansos. O clima da região também foi um fator, uma vez que apresenta temperaturas entre 11°C e 29°C.

Vacas Holandesas em confinamento na Fazenda Coqueiro, em Alpinópolis/MG
Na Fazenda Coqueiro, os bovinos são criados em sistema de confinamento free stall, proporcionando maior conforto aos animais.

A Fazenda conta com 110 hectares, onde são criadas 150 vacas em lactação. Os animais são mantidos em sistema de confinamento free stall, que consiste em um galpão coberto dividido em baias, com a colocação de camas de areia, proporcionando conforto e evitando estresse e lesão de casco. A alimentação é baseada em silagem, ração a base de soja e complexo vitamínico.

Criação da vaca campeã mundial na produção de leite

Diego Vaz confessa que nunca poderia imaginar que a vaca Poesia poderia quebrar o recorde mundial de produção de leite. Ele adquiriu o animal em 2019, quando ainda era bezerra, em Castro/PR. “Na época, compramos 30 bezerras para aumentar o plantel com melhoramento genético”, explicou o criador.

Poesia está em seu terceiro parto. Na primeira cria, sua produção foi em torno de 50 kg/dia, seguindo a média mundial da raça, de acordo com a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa. No segundo parto, a produção já aumentou para 65 kg/dia.

Apenas três dias antes do início da exposição, Diego notou que Poesia, já na terceira cria, havia atingido o volume de produção de 100 kg. Foi então que ele não teve dúvidas: o animal iria participar do torneio leiteiro do evento.

Disputa pelo recorde foi emocionante

Todavia, durante o torneio realizado na Exposição Agropecuária de Passos, o recorde mundial já havia sido quebrado por outra vaca, a Baleia, que produziu 132,2 quilos em três ordenhas. Esse animal superou em cinco quilos o título anterior, que pertencia à vaca Marília da raça girolando, cujo recorde mundial era mantido desde agosto de 2019.

Criador, Diego Vaz de Oliveira, com a vaca Poesia, que conquistou o título de recordista mundial em produção de leite
Diego Oliveira Vaz ao lado da vaca Poesia, recordista mundial na produção de leite.

Com isso, Diego achou que seria praticamente impossível superar a nova marca. Mas, Poesia surpreendeu novamente o seu dono. No segundo dia de sua participação no evento, atingiu a marca de 144,2 quilos, também em três ordenhas (47,8 kg às 6h; 49,5 kg às 14h; e 46,9 kg às 22h).

Estava quebrado novamente o recorde mundial de produção leiteira em um espaço de apenas três dias e durante o mesmo torneio. O criador ficou bastante emocionado, pois não acreditava que um “pequeno produtor de leite” poderia atingir essa marca. Agora, a produção de Diego é reconhecida internacionalmente.

O título empolgou ainda mais o produtor a participar de eventos como esse, revelando que já tem uma “substituta à altura” da sua campeã, uma vez que Poesia foi vendida a um pecuarista de Rifaina/SP. Trata-se de outra vaca de sua propriedade que já atingiu a produção de 90kg/dia. Ela deverá participar de outro torneio leiteiro no dia 20 de julho, desta vez em Alpinópolis.

Será que vem mais uma recordista mundial? É o que torce o criador!

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