Você já ouviu falar da raça de gado Danish Red? Gado vermelho de dupla aptidão.
Sem dúvida, o gado de dupla aptidão desempenha um papel fundamental nos rebanhos, sendo de particular relevância para os pecuaristas, sobretudo quando se levam em conta os aspectos financeiros da atividade.
Esses animais possuem a notável capacidade de serem altamente produtivos tanto em termos de leite quanto de carne. Normalmente, são caracterizados por seu porte adequado e conformação física ideais, além de apresentarem uma eficiente conversão alimentar.
De fato, investir em sistemas de dupla aptidão apresenta diversas vantagens. No entanto, ao longo do manejo dos animais, é comum observar que eles tendem a demonstrar uma maior aptidão em uma das atividades, o que leva a uma concentração dos cuidados nessa área específica.
Tendo em vista os benefícios que uma raça de dupla aptidão traz ao sistema, o presente artigo traz algumas curiosidades e detalhes em torno do gado Danish Red ou também conhecido como Dinamarquesa Vermelha. Saiba mais!
Origens da raça Danish Red
Os primeiros registros de animais Puros de Origem (P.O) no Brasil remontam a 1952. À medida que o tempo avançou, mais animais e rebanhos foram documentados, culminando por volta de 1998. A partir desse ponto, não apenas cessaram os novos registros, mas também não há nenhuma associação oficial de criadores da raça Dinamarquesa Vermelha.
A origem da raça data do final do século 19, coincidindo com o primeiro registro mundial. Nesse período, o gado dinamarquês foi submetido a cruzamentos com bovinos Slevig Red do Norte, animais com ascendência Shortorn e Ballun.
A maioria dos rebanhos apresentava características de conformação corporal ideais para um crescimento muscular otimizado e rendimento superior de carne no momento do abate. Além disso, havia um grande interesse na produção de leite com teor elevado de gordura, o que também se mostrou uma característica produtiva desejável.
Fatores Históricos interessantes
Conforme os registros genealógicos, as datas que marcam a genealogia da raça Danish Red são importantes para compor um registro:
- 1878 é a primeira vez que a raça Dinamarquesa Vermelha é reconhecida, dando início assim ao livro genealógico;
- 1952 início da raça aqui no Brasil, com um primeiro nascimento de um produto P.O em 1953;
- A partir de 1977 são coletadas informações dos núcleos da raça que estavam concentrados na região sudeste Brasileira.
Características do padrão racial do Danish Red
Em estrutura física a raça é mais compacta e corpulenta com grandes condições de deposição de músculos. Além disso, a composição do leite é rica em gordura.
Sendo uma raça sumariamente taurina, as influências genéticas são marcadas pela deposição de gordura e boa adaptação às temperaturas mais baixas.
O objetivo inicial da formação da raça estava atrelado a produção de leite, mas o crescimento dos animais e a boa deposição de massa muscular os direcionaram para novos manejos produtivos.
O crescimento é bem observado tanto nas fêmeas como nos machos, chegando a cerca de 650 kg, parindo filhotes de bom peso e com tempo de gestação em torno de 280 dias, com boa habilidade materna. Os machos chegam a uma tonelada com facilidade e podem passar disso inclusive, são precoces com vida sexual ativa a partir de 10 meses.
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Características zootécnicas
Além desses fatores do padrão racial, o gado Danish Red é também de bom crescimento e desenvolvimento muscular, com exigências nutricionais acima da média. Com pelagem vermelha retinta e coloração mais escura para os machos, algumas manchas brancas em áreas específicas do corpo são aceitas.
Outros pontos de interesse produtivo estão em torno da alta porcentagem de gordura e proteína no leite, além de precocidade sexual e até mesmo de ganho de peso, somados aos bons intervalos entre os partos e a boa habilidade materna.
De forma resumida, são pontos fortes da raça:
- Boa conformação de musculatura;
- Alta taxa de partos ao longo da vida produtiva;
- Úbere com boa inserção e facilidade entre partos;
- Leite rico em sólidos totais.
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Realidade atual do Danish Red ou Dinamarquesa Vermelha
Atualmente, infelizmente o gado Danish Red não é mais encontrado no Brasil. Por outro lado, essa raça é amplamente difundida na Dinamarca, onde os esforços de seleção genética estão direcionados principalmente para a produção de leite. Na Dinamarca, contam-se com aproximadamente 450 touros contribuindo para o banco de sêmen, juntamente com cerca de 150 vacas que participam do programa de produção de óvulos.
É importante destacar que, dentro de uma população de mais de 100 mil animais da raça Danish Red na Dinamarca, foram identificados traços genéticos de outras raças, incluindo 37% de genes da raça Pardo Suíço, 9,4% da raça Ayrshire Finlandês, e 2,7% da raça Swedish Vermelho e Branco.
Portanto, de forma geral, apesar de seu bom desempenho em termos de produção e características de interesse produtivo, a raça Dinamarquesa Vermelha, ou Danish Red não está mais presente em nossos rebanhos, mas sua contribuição para com o banco genético mundial de gado especializado para a produção de um leite rico em sólidos totais é inegável.
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